Sobre a primeira Tópica Freudiana

A primeira tópica freudiana foi um marco teórico extremamente importante para a Psicanálise. A partir da noção de inconsciente, novos conceitos tomaram forma no arsenal teórico psicanalítico, tal como a ideia de “fantasia” e de “realidade psíquica”.

Freud postulou sua primeira tópica em seu livro “A Interpretação dos sonhos” publicado em 1900, e foi categórico ao estabelecê-la baseando-se em “sistemas”, como expõe a seguir: “Por conseguinte, retrataremos o aparelho psíquico como um instrumento composto a cujos componentes daremos o nome de ‘instâncias’, ou (em prol de uma clareza maior) ‘sistemas’”. Para o autor, esses “sistemas” são compostos por consciente, pré-consciente e inconsciente (conforme vemos nas imagens desta postagem).

Além disso, a criação desta tópica possibilitou-lhe uma nova compreensão do psiquismo, pois, com a introdução do conceito de inconsciente, o método interpretativo entrou em voga em sua psicanálise nascente.

Abaixo, fazemos um resumo da primeira tópica:

CONSCIENTE: O sistema consciente está situado na periferia do aparelho psíquico, recebendo ao mesmo tempo informações do mundo exterior e as provenientes do interior. Possui a qualidade “momentânea” que caracteriza as percepções externas e internas no conjunto dos fenômenos psíquicos (LAPLANCHE; PONTALIS, 2001).

PRÉ-CONSCIENTE: Não está sob repressão/recalcamento. É constituído, por exemplo, por dados de memória que estão em latência, e que vão para a consciência através de um estímulo (ex.: quando lembramos de uma pessoa a partir de uma música). O pré-consciente também é chamado de inconsciente descritivo, pois temos a capacidade de descrevê-lo.

INCONSCIENTE: Todos os conteúdos que estão sob repressão/recalcamento. Conceito central da psicanálise, só o conhecemos por meio de seus efeitos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.