Conheci o cinema de Terrence Malick há muitos anos, bem antes de ter contato com outros gênios do cinema “contemplativo”, por assim dizer. Na época, seu “Além da linha vermelha” (The thin red line,1998) deixou-me muito impressionado, por ser um drama de guerra que não apenas demonstra a real ausência de vencedores em um conflito…Continue reading O cinema contemplativo de Terrence Malick

“Limite” é o lendário filme mudo brasileiro de 1931, realizado pelo diretor Mário Peixoto quando tinha apenas 22 anos. Em razão da complexidade do tema tratado e sua sofisticação narrativa para a época, além da cinematografia inventiva de Edgar Brasil, é tido por muitos críticos como o melhor filme nacional já feito. É uma obra…Continue reading Sobre o filme “Limite” (1931)

A relação de Lacan com os surrealistas foi muito diferente daquela de Freud (veja o post anterior). É certo que ele foi bastante influenciado pelo movimento artístico, o que se refletiu, de alguma forma, em sua teoria e clínica. – Já na década de 1920, Lacan interessou-se pelo surrealismo nascente. Ele conheceu André Breton, Philippe…Continue reading Lacan e os surrealistas

Sabe-se da enorme influência da psicanálise freudiana e, principalmente, de “A interpretação dos sonhos” (1900), sobre os surrealistas, mas, afinal, como foram os contatos entre seus expoentes e Freud? Há alguns desencontros e mal-entendidos que são exemplificativos de uma relação um tanto conturbada entre a psicanálise e as artes, desde os primórdios. André Breton, autor…Continue reading Freud e os surrealistas

O surrealismo é só mais uma página na história da arte ou continua vivo, pulsante? A filmografia de Jan Švankmajer nos faz ter certeza da segunda opção. Poucas obras são capazes de um efeito tão curioso, estranho e perturbador como aquelas deste artista tcheco, unindo singularmente surrealismo e arte fantástica, e circulando por gêneros diversos…Continue reading O surrealismo vivo no cinema de Švankmajer

O singular “A vida dupla de Véronique” (1991) é um dos últimos trabalhos na carreira do cineasta polonês Krzysztof Kieślowski, apenas antecedendo a sua afamada “Trilogia das cores” (1993-94). Trata-se de um filme que expressa muita delicadeza e ternura. Nas palavras do próprio autor em sua autobiografia, é uma história sobre “sensibilidade”, “pressentimentos” e “intuição”.…Continue reading “A vida dupla de Véronique” – a arte e a cultura como laços que nos unem

Quando pensamos nos grandes cineastas do gênero fantástico e, particularmente, do âmbito do horror, é impossível não lembrar do canadense David Cronenberg e suas obras estranhas e transgressoras. Cronenberg é visto como um dos grandes diretores da atualidade, um mestre do cinema de horror, e, ainda, considerado “o pai” do subgênero intitulado “horror corporal” ou…Continue reading David Cronenberg – Horror pulsional