Este artigo foi elaborado em coautoria com o Prof. Dr. Fernando Aguiar. O texto é fruto do período em que estudei as críticas à psicanálise produzidas por Michel Foucault e, também, por autores do campo dos estudos de gênero e da “teoria queer”, com destaque para a filósofa Judith Butler. É bastante comum vermos os analistas julgarem-se mal compreendidos por esses autores, mas muito raro encontrar um texto psicanalítico acerca do tema. Assim, pareceu-me válido formular um trabalho no fito de retomar, em diálogo com esses autores, a questão sobre a natureza da lei simbólica que produz o sujeito do desejo em psicanálise. Seria esta lei puramente negativa e restritiva ou, ao contrário, produtiva e positiva? Fundamentado em Freud e Lacan, desenvolvo argumentos em prol da segunda alternativa.
RESUMO: O artigo se propõe a analisar a polêmica em torno da produtividade da lei simbólica na teoria lacaniana valendo-se da retomada do diálogo com dois críticos da psicanálise: Michel Foucault, por um lado, e Judith Butler, por outro. Após sucinta explicitação do posicionamento desses pensadores, são desenvolvidos argumentos a respeito da clínica, da teoria e da ética psicanalítica com vistas a situar o papel da lei em psicanálise ao lado de seus efeitos produtivos e generativos sobre o sujeito desejante.