Este artigo foi fruto do período de meu doutorado em que estudei com afinco as reflexões de Michel Foucault acerca da psicanálise freudiana e lacaniana. Meu texto traz um panorama dessas reflexões, centrando-se na crítica foucaultiana à ênfase psicanalítica no complexo de Édipo. A esse respeito, busco elementos para discussão na psicanálise lacaniana, em sua própria crítica à Freud e na virada conceitual de sua obra a partir dos anos 70. Também enfatizo pontos que aproximam, de certa maneira, as visões sobre o sujeito produzidas por ambos Foucault e Lacan.
RESUMO: Este estudo discorre a respeito dos entendimentos sobre o sujeito e sua constituição a partir das obras de Michel Foucault e Jacques Lacan. Desnaturalizado, desessencializado, vazio, negativizado — seria esta a visão sobre o sujeito que Foucault e Lacan, cada qual a sua maneira, nos legam. Pretende-se trabalhar esse argumento na esteira de algumas interlocuções clássicas de Foucault com a psicanálise. Ter-se-á como fio condutor o debate em torno do complexo de Édipo e da possibilidade de sua superação no âmbito da psicanálise vista como método desconstrutivo de sentidos, principalmente a partir da “segunda clínica” lacaniana.